AOrganização Mundial da Saúde (OMS) conceitua saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e  enfermidades”. No entanto, por muito tempo, esse entendimento pareceu restrito ao tratamento de doenças, em vez de promover a saúde. Mas estamos prestes a vivenciar uma mudança de paradigma.

À medida que a população global envelhece, com baixas taxas de natalidade e o crescente custo do tratamento de doenças, o foco se direciona para a preservação da saúde. Essa transição  demográfica impõe a necessidade de soluções inovadoras, sob o risco de um colapso nos
sistemas de saúde – incluindo o nosso Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse contexto, a OMS destaca dois conceitos chave.

Medicina Tradicional

 

Primeiramente, a “Traditional Medicine (TM)”, ou Medicina Tradicional. Segundo a OMS, esta é “o conjunto total do conhecimento, habilidades e práticas baseadas em teorias, crenças e experiências indígenas de diferentes culturas, sejam explicáveis ou não, utilizadas na manutenção da saúde, bem como na prevenção, diagnóstico, melhoria ou tratamento de doenças físicas e mentais”.

Terapias Complementares

 

Em segundo lugar, temos a “Complementary Medicine (CM)”, ou Medicina Complementar, que é definida como “um amplo conjunto de práticas de cuidados de saúde que não fazem parte da tradição ou da medicina convencional desse país e não estão completamente integradas ao sistema de saúde dominante”. Essas práticas são frequentemente utilizadas de forma intercambiável com a medicina tradicional em alguns países.

No Brasil: Práticas Integrativas e Complementares

 

Para abarcar ambos os conceitos, a OMS cunhou o termo “Traditional and Complementary Medicine (T&CM)”, traduzido como Medicina Tradicional e Complementar (MTC). E foi além: a OMS estabeleceu uma política global para incentivar a incorporação dessas práticas nos sistemas de saúde ao redor do mundo.

É uma mudança radical na forma como entendemos a saúde, um redirecionamento para a prevenção e a manutenção da saúde, em vez de se concentrar apenas no tratamento de doenças. E é uma mudança que pode não só salvar nossos sistemas de saúde, mas também melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas ao redor do mundo.